Me lembro como se fosse hoje, os treinamentos a portas fechadas na Sociedade dos Amigos de Vila Formosa, em que só os faixas marrom e preta eram escalados para um treinamento incessante e rigoroso de até 6 horas. O mestre Luiz sempre foi rigoroso e correto com seus horários, não admitia atrasos. Os portões eram fechados as sete horas da manhã. E começava ali um treinamento sagrado, aperfeiçoávamos cada movimento. Nossa meta era alcançar o máximo possível a perfeição e fazíamos isso por amor, cada um de nós tínhamos responsabilidade e comprometimento com o nosso objetivo. E ali era uma luta pela conquista do título de federação, ver a nossa academia reconhecida e respeitada. Era também, uma honra lutar por nosso mestre. 

 

Os treinamentos começavam com aquecimento e exercícios que exigiam força física junto com agilidade, subíamos as escadarias da sociedade com um companheiro de treino em nossa costa, fazíamos saltos de barreiras e rolamentos, tudo para evitar uma queda durante um combate. E a maior parte do treino, era dedicado as técnicas de defesas e ataques, os katas e bunkai. Era maravilhoso ver o resultado de nossos esforços a cada treino e voltar para casa renovados.

 

Os domingos eram maravilhosos e inesquecíveis, tínhamos a família do karatê pelas manhãs, e a nossa quando voltávamos para casa, o almoço de domingo com a família. E como nós, tenho certeza que nosso mestre também tinha a sensação de missão cumprida na semana. Sem dúvida nenhuma, foi uma época de crescimento, um marco para o amadurecimento de todos nós.

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